Apresentações de dança e festival de circo terão intérpretes de Libras e audiodescrição. Iniciativa dá início ao Programa Estadual de Acessibilidade na Cultura.
Festival Paulista de Circo está entre os espetáculos acessíveis
A partir de setembro, espetáculos culturais totalmente acessíveis ao público com deficiência física, auditiva e visual começam a circular por espaços públicos do interior e da capital. A estreia do Programa Estadual de Acessibilidade na Cultura acontece com apresentações daSão Paulo Cia. de Dança e do Festival Paulista de Circo, nas cidades de Jundiaí, Araraquara, Santo André e Piracicaba.
As premiadas coreografias da São Paulo Cia. de Dança receberam o recurso da audiodescrição – que transmite ao público cego, por meio de fones de ouvido, informações sobre cenário, figurino e, principalmente, os movimentos dos bailarinos – e passaram pelo teatro Polytheama, em Jundiaí, no dia 1º de setembro.
A temporada acessível prossegue dia 6 de setembro, em Americana (Teatro Municipal – 21h) e dia 27 de outubro, em Santo André (Teatro Municipal – 20h), sempre com entrada gratuita, seguindo depois para a capital paulista, com apresentações no Teatro Sérgio Cardoso.
De 12 a 15 de setembro, será a vez de Piracicaba receber espetáculos 100% acessíveis, dentro da programação do já tradicional Festival Paulista de Circo que, além da audiodescrição, contará com a presença de intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), contemplando o público surdo. No total, serão nove apresentações circenses acessíveis: Dia 13 (10h, 15h e 19h30); dia 14 (14h, 16h e 20h) e dia 15 (10h30, 16h e 19h). Confira a programação completa no site www.festivalpaulistadecirco.com.br.
Acessibilidade na Cultura
O Programa Estadual de Acessibilidade na Cultura prevê apresentações acessíveis de corpos estáveis como a São Paulo Cia. de Dança e a Opera Curta, além de espetáculos que circularem por espaços igualmente mantidos pelo governo estadual, como o Teatro Sérgio Cardoso e o Theatro São Pedro, ambos na cidade de São Paulo.
Até o final do ano, serão oferecidas 59 apresentações com acessibilidade comunicacional plena.
Integram também o programa ações como o lançamento de dois editais para apoiar a circulação de exposições acessíveis em museus do Estado e para introdução de recursos de acessibilidade comunicacional em espetáculos de teatro, dança, música ou produtos literários e audiovisuais já existentes.
Ainda este ano, um outro edital será destinado a equipar bibliotecas municipais com recursos de tecnologia assistiva para assegurar a acessibilidade para os leitores com deficiência visual e motora.
O programa foi criado em parceria pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e Secretaria da Cultura, com investimento previsto de R$ 2 milhões. “Este é o primeiro programa desse tipo em âmbito estadual. O acesso à cultura está entre os direitos básicos do cidadão.
A cultura forma o caráter, socializa e amplia a visão de mundo. Não pode ser vista como uma necessidade menor que a saúde ou a educação”, afirma a Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Dra. Linamara Rizzo Battistella.
De acordo com o Censo 2010, o Estado de São Paulo conta com 9,3 milhões de pessoas com deficiência. Desse total, 1,4 milhão são cegas, surdas ou tem grande dificuldade para enxergar ou escutar.
