Psicólogo pediu para descer fora do ponto, conforme lei, mas não conseguiu. Segundo ele, situação é recorrente em Piracicaba, apesar da legislação.
Publicada em 22 de janeiro de 2015 - 10:00
Nascimento seguia no coletivo da linha Sol Nascente pela Avenida Vollet Sachs, sentido bairro Cecap, na última quinta-feira (15), quando pediu que o motorista parasse próximo a alguns prédios. Ele disse que o condutor do ônibus, entretanto, não o atendeu e ainda foi ríspido, versão confirmada por um passageiro.
Mais uma vez, o psicólogo de 32 anos chegou atrasado ao compromisso. "Eu estava a caminho de um consulta ao fisioterapeuta e tinha que descer antes da parada para não precisar andar muito a pé, já que em Piracicaba as pessoas pouco respeitam os cegos. Então, pedi ao motorista que parasse, mas isso não aconteceu", relatou.
O passageiro que presenciou a situação disse que ficou surpreso com a forma que o motorista tratou o homem. "Fiquei chocado. Ele foi bem rude com o Vinícius", afirmou o radialista Marcelo Antonio de Oliveira, de 36 anos.
Preocupado com a situação, Oliveira resolveu descer do ônibus junto com Nascimento mesmo sem ter chegado ao seu ponto final. "Eu ia para o terminal Cecap, que fica cerca de dez pontos para frente, mas desembarquei antes para ajudá-lo. Fiquei muito preocupado”, contou.
Legislação
Uma lei aprovada no fim do ano inclui as pessoas cegas no direito de solicitar aos motoristas do transporte coletivo urbano a parada fora do ponto de ônibus no embarque e desembarque de passageiros. A medida é permitida desde que seja respeitado o itinerário original da linha.