Por Natália Oliveira
“Aquilo que não me mata, só me fortalece”. A frase do pensador Friedrich Nietzsche pode ser apropriada para contar um pouco da história de superação da jovem Isabella Rocha, 30. Aos 20 anos, no auge de sua juventude, ela pegou uma carona com um amigo e sofreu um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica. Mesmo sem os movimentos dos braços e das pernas, foi nas lutas do MMA que ela encontrou forças para recomeçar. Há um ano, Isabella criou a página “Mulheres Loucas por MMA” e por meio dela, a jovem divulga notícias das lutas e a história dos lutadores.
A jovem Isabella trabalha em casa com o seu Notebook. Foto: Fernanda Carvalho / O Tempo
De maneira distinta, Isabella percebeu que os lutadores se superavam todos os dias, assim como ela tinha que fazer. Apaixonada pelo esporte, ela decidiu criar a página, já que percebeu que não havia nenhum site que divulgasse o esporte pela ótica feminina. “Eu uso de uma linguagem simples e direta, para que todas as pessoas possam entender e aprendam a apreciar as lutas. Falo de mulheres loucas por MMA, mas é claro que os homens são bem vindos e a maioria deles gosta da página”, contou. Em um ano já são cerca de 2.500 a 3.000 visualizações por mês.
Confira a entrevista com Isabella:
O site é mantido com textos de Isabella e de outros jornalistas, cronistas e especialistas no esportes. Isabella chegou a estudar jornalismo, mas largou a faculdade por falta de acessibilidade do campus, segundo ela. “Antes de sofrer o acidente, eu queria ser pediatra, mas descobri que tetraplégica eu só poderia dar diagnósticos, foi então que desisti e resolvi fazer jornalismo. Eu sofri muito preconceito e cheguei a entrar em depressão profunda. No MMA eu fui muito bem acolhida pelos atletas e pelos colegas da mídia. Hoje me sinto mais feliz”, considera Isabella.
A jovem Isabella trabalha em casa com o seu Notebook. Foto: Fernanda Carvalho / O Tempo
Ela ressalta ainda que atualmente está em busca de patrocínio para que a página seja também um fonte de renda, já que até então ela não tem retorno financeiro do trabalho.”Não tenho meus pais a vida toda, então preciso me sustentar e garantir meu futuro”, conclui.