Ainda faltam um queijo e uma rapadura para acabar o Mundial, mas já elegi a minha imagem que marcará essa competição para sempre:
Claro que só poderia ser a do meio-campista Mark Bresciano, da Austrália, que entrou em campo ao lado do garoto Alan, que usa muletas. Mais do que isso, o craque se abaixou, no meio do gramado, e fez a gentileza de amarrar as chuteiras do moleque.
“Ahhh. Tio Jairim, mas o que tem de mais? Qualquer um faria isso, uai.”
Tem que essa imagem é honesta, não tem apetrechos, não tem mimimis. Ela mostra uma criança com deficiência de verdade fazendo aquilo o que diversas outras também fizeram: acompanhou uma seleção entrar em campo durante uma Copa do Mundo.
Essa demonstração tem o poder de valorizar as diferenças e as necessidades particulares das pessoas. Tem potencial para instigar que mais gente acredite que cada um joga da maneira que consegue, que bem entender.
A questão não é fazer uma caridade para um desgraçado, é mostrar que na nossa festa todo o mundo pode brincar, pode sonhar, pode se divertir, pode torcer. Já se sabe que ganhará o melhor, o mais forte, o mais concentrado o mais blablabá, então, que bacana é compartilhar uma mensagem de que sonhos são possíveis sempre e para qualquer pessoa?
Quando o jogador ajudou Alan, ele deu um recado de humildade e de inclusão. Nenhuma parafernália vai substituir a dedicação e a vontade do coração e da alma humana.
Publicado por Jairo Marques em Assim Como Você
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