Já escrevemos sobre tantos assuntos aqui no blog, mas nunca pensei na questão de pessoas com deficiência em presídios. Realmente uma questão importante para ser pensada pela sociedade. Afinal, presos também merecem como qualquer outro ser humano um tratamento decente. Todos nós estamos cansados de saber que o gasto de um preso é alto, em contrapartida as condições nas prisões são de calamidade. Celas cheias, além de existir poucos programas que ocupem o tempo dos presos com estudo e trabalho.
Porém, o assunto da condição dos presos com deficiência ganhou uma dimensão política. O jornal Folha de São Paulo denunciou a negativa da prisão domiciliar a um detento tetraplégico e da infraestrutura precária da Papuda. O tema poderia ser tratado em outra época, mas no contexto em que políticos envolvidos no Mensalão solicitaram prisão domiciliar, a questão de presos cadeirantes ganha outra conotação. Não quero entrar no questionamento político, mas não podemos esquecer que a deputada federal Mara Gabrilli que tem um brilhante trabalho sobre acessibilidade faz parte do partido que faz oposição ao governo.
Independentemente da questão política, as denúncias nos chamam atenção para pensar que qualquer preso merece uma condição digna. E no caso de alguém com deficiência é necessário colchões apropriados, médicos para acompanhá-los, remédios, entre outros. Não acredito que as pessoas com deficiência que vivem em presídios devem ter benefícios sobre os outros, mas merecem cuidados mínimos e a garantia de atendimento e saúde. Apesar de surgir em um contexto político, devemos pensar em um sistema prisional também acessível e inclusivo. De qualquer forma esperamos que a deputada consiga junto ao Ministério Público mudanças tanto na Papuda quanto em todas prisões brasileiras.
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Crônica