Conheça a história desse esportista que, após acidente em competição de motocross, se dedica ao esporte automotor adaptado para pessoas com deficiência.
Por Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre
Paulo Polido sempre foi uma pessoa ligada aos esportes. No colégio, fazia parte das equipes de handball e de vôlei, até que optou pelo motocross, esporte que praticou dos 10 aos 19 anos. É com esportes que costumava se divertir ao longo de sua infância e adolescência. Em 1998, em uma dessas competições, Paulo estava em primeiro lugar, na última volta, até que foi ultrapassado. Então, sentiu a necessidade de ousar e fazer uma manobra arriscada para tentar retomar a posição.
Paulo Polido sempre foi uma pessoa ligada aos esportes. No colégio, fazia parte das equipes de handball e de vôlei, até que optou pelo motocross, esporte que praticou dos 10 aos 19 anos. É com esportes que costumava se divertir ao longo de sua infância e adolescência. Em 1998, em uma dessas competições, Paulo estava em primeiro lugar, na última volta, até que foi ultrapassado. Então, sentiu a necessidade de ousar e fazer uma manobra arriscada para tentar retomar a posição.
Nesse momento, o competidor sofreu um grave acidente. Foi prontamente atendido pelos socorristas disponíveis na prova e encaminhado para um hospital, onde passou uma semana internado. “Nesse período, tive sentimentos contraditórios: a dor física, que era muito grande, causada pelos efeitos do acidente, e o próprio receio por todas as mudanças que estavam por acontecer em minha vida. Mas, por outro lado, ainda no hospital, já passei a encarar essa nova situação como um desafio. Brinco que, comecei, desde a internação, a minha ‘corrida de recuperação’. Pensava, principalmente, em minha família, que, se já estava difícil para eles enfrentar o ocorrido, ficaria ainda pior se eu desistisse da vida”, conta Paulo.
Paulo recebeu o diagnóstico que ficaria paraplégico. No entanto, após inúmeras sessões de fisioterapia e de participar de uma experiência médica com células-tronco, ele voltou a ter um pouco dos movimentos das pernas. “Pra quem ia se locomover apenas por meio de cadeira de rodas, conseguir andar um pouco, com auxílio de órteses, já é uma grande evolução. Ainda dentro do hospital, já pensava em ser independente nas minhas atividades diárias como, dirigir, me transferir para o carro sozinho, trocar de roupa, entre outras”, comemora.
Como não é seu perfil ficar parado, nunca passou por sua cabeça parar com os esportes. Ainda dentro do hospital, Paulo tentava buscar informações sobre esportes adaptados. “Sempre pensei em adaptar o esporte para as minhas novas condições. Todos só falavam em esporte paralímpicos, mas na minha corrente sanguínea, acho que corre gasolina. Então, percebi que naquela época não existia esporte automotor adaptado para pessoas com deficiência”, lembra.
Em 2006, Paulo foi a primeira pessoa com deficiência a participar do Rally Internacional dos Sertões. No mesmo ano, o atleta formou a 1ª equipe com pessoas com deficiência a participar das 500 Milhas de Kart da Granja Viana. Até que em 2008, idealizou o 1º Campeonato de Kart Adaptado, com o intuito de fazer uma categoria de acesso para outras categorias no automobilismo, e, em 2011, iniciou o projeto do Motocross Adaptado, projeto que é a “menina dos olhos” de Paulo.
No entanto, pelo que conhecemos da história de inúmeros atletas, viver de esportes não é tão fácil assim, principalmente, no início. Paulo, por exemplo, precisou trabalhar em uma multinacional, na área de Compras. “Eu sempre havia trabalhado nas empresas da minha família ou nas que eu havia montado. Ir para o mercado corporativo seria um grande desafio, ainda mais depois do meu acidente. Minhas maiores dúvidas estavam na aceitação das pessoas e na acessibilidade dos locais. Felizmente, percebi que a maioria desses medos e receios estão na nossa cabeça, pois fui muito bem recebido”, relembra.
Para montar sua equipe de automobilismo adaptado, a IGT (Igualdade de Todos), também encontrou dificuldades. No começo, todo o investimento saiu do bolso de Paulo. Conforme o projeto foi crescendo, foram surgindo os primeiros apoios, por meio de permutas em prestação de serviços e produtos. “Mais recentemente é que estamos conseguindo apoios financeiros. Como tudo na vida, nada cai do céu, tudo é conquistado com esforço e muito trabalho. Conseguir patrocinadores não é fácil, ainda mais quando se trata de um projeto inovador e que quebra paradigmas. É inspiração para o que se acredita e muita transpiração para sua realização”, analisa.
Atualmente, considera como planos para o futuro, conseguir mais adeptos para os esportes automotores adaptados para pessoas com deficiência, no automobilismo e motociclismo e todas as suas variações. “Assim, quero mostrar que o deficiente pode ter uma vida extremamente normal, basta ele querer e correr atrás do seu sonho. Hoje, sinto que as pessoas estão abertas para a inclusão, mas despreparadas. Por exemplo, muita gente evita oferecer ajuda, por mais simples que seja, por não saber como o deficiente vai encarar. No entanto, a partir do momento que o próprio deficiente solicita essa ajuda, a barreira é quebrada”, comenta.
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