Um Google Street View para cadeirantes. É assim que Eduardo Battiston gosta de descrever o Accessibility View, o projeto que ele criou para participar do Creative Sandbox Brief, um concurso do Google para promover boas ideias que envolvam tecnologia. Da mesma forma que o Google Maps indica o melhor caminho a ser percorrido a pé, de carro ou de ônibus, o Accessibility View sugere o itinerário mais seguro a ser percorrido por pessoas com deficiência física, considerando os muitos obstáculos que uma cidade sem o mínimo de acessibilidade apresenta, como calçadas estreitas, ruas esburacadas e rampas defeituosas.
Para mapear os melhores trajetos, Eduardo espera contar com a ajuda de membros da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para percorrer as calçadas de São Paulo com câmeras fotográficas acopladas às cadeiras de rodas e, assim, registrar fotos panorâmicas em 360º graus. Se uma frota de automóveis levou um ano e meio para mapear a cidade para o Google Street View, a estimativa é que o grupo de cadeirantes demore, pelo menos, o dobro desse tempo para executar o mesmo serviço.
Além de dar dicas de trajeto para pessoas com deficiência, o Acessibilitiy View também permite a qualquer cidadão, cadeirante ou não, que denuncie, em tempo real, os pontos mais críticos de acessibilidade de sua cidade. O objetivo é alertar as autoridades para a necessidade constante de reparos nas vias públicas. O sonho de Battiston é receber o suporte financeiro do Google – o projeto está orçado em R$ 1 milhão. E, assim que possível, acrescentar um quinto botão – o das cadeiras de rodas – aos quatro já existentes no Google Street View: carro, ônibus, bicicleta e a pé.