Até dia 1º de julho, todos os hotéis de Santa Catarina devem se adequar à lei 15.126, que os obriga a adaptar suas instalações, a fim de garantir o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais.
Em Lages, segundo o presidente do sindicato dos hotéis, restaurantes e similares, Mário César Alves, todos os hotéis que são sindicalizados estão sabendo da lei e de seu prazo. Alguns já estão em reforma para se adaptar, o único que é adaptado é o Hotel Le Canard e também o Motel Villages.
Desde 2000, a lei 10.098 prevê critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Entretanto, a realidade para quem utiliza a cadeira de rodas não é nada acessível. A secretária da Associação dos Deficientes Físicos (ASDF), Vanilda Antunes Correa, afirma que concorda plenamente com a lei, pois os deficientes devem ter os mesmos direitos quando chegam nos hotéis. “É impossível entrar em um banheiro, que o chuveiro fica dentro de uma banheira, ou ir até o vaso sanitário, se ficar ao lado da pia”, conta ela, quando tentou se hospedar em um hotel de Lages.
Silvemar Souza Zanelato, 51 anos, ficou deficiente físico aos 16 anos, depois de cair no chão junto com um cavalo. Andou 38 anos de muleta, porém começou a sentir fortes dores nos ombros, devido ao esforço que fazia quando caminhava. Então, seu médico o orientou a usar cadeira de rodas, caso contrário, iria ter maiores complicações.
Silvemar diz que sempre reclama quando chega em algum lugar que não tenha acesso, “temos que lutar pela facilidade, para sermos independentes”.
Nas escolas a acessibilidade também é uma necessidade
A fim de facilitar a locomoção de alunos portadores de necessidade especiais, escolas da rede estadual de Lages passam por adaptações, especialmente com a colocação de rampas.
Os portadores de necessidades especiais como cadeirantes, ainda enfrentam dificuldades para se locomover na maioria das escolas da rede estadual de ensino. Além disso, nas ruas em frente as unidades escolares são poucos os locais que dispõem de rampas de acesso e quando elas estão lá, raramente são respeitadas.
Os portadores de necessidades especiais como cadeirantes, ainda enfrentam dificuldades para se locomover na maioria das escolas da rede estadual de ensino. Além disso, nas ruas em frente as unidades escolares são poucos os locais que dispõem de rampas de acesso e quando elas estão lá, raramente são respeitadas.
O município de Lages de acordo com informações da gerente de educação Maria de Fátima Daboit Ogliari, dispõe de 46 escolas estaduais, onde estudam um total de 70 crianças e adultos especiais. De todas as escolas estaduais, de acordo dom Maria de Fátima, apenas oito ainda não contam com todas as adaptações específicas para os portadores de necessidades.
A Escola de Educação Básica Belizário Ramos, no bairro São Cristóvão, demorou oito anos para convencer os órgãos públicos das dificuldades que os cadeirantes enfrentam diariamente e que seria necessária a construção de rampas tanto na calçada de acesso, quanto nas dependências da escola. O diretor pedagógico da Belizário Ramos, Armando José Duarte e a Associação de Pais e Professores (APP), após algumas reuniões para resolução do problema, dirigiram-se até a prefeitura. “Alguns alunos portadores de necessidades especiais estão no colégio há mais de uma década e o colégio ainda não oferece as condições adequadas”, disse o educador.
Segundo informações da escola, em poucos dias serão construídos sete acessos nas calçadas ao redor do colégio com data limite de uma semana para término.
Gustavo Henrique está na 8ª série e necessita de uma cadeira de rodas, segundo ele a vinda de casa até o colégio é difícil pois não tem rampas para subir e ao atravessar a rua nem sempre os motoristas respeitam. Para ir à escola, Gustavo sempre precisa da ajuda de alguém da família.
A mãe do rapaz, Edi Mari Dill, conta que há poucos dias, na rua Rio Branco próximo ao colégio, havia uma rampa que foi construída de maneira errada e ao erguer a cadeira do filho, desequilibrou-se e eles acabaram caindo. De acordo com Edi, a costrução das rampas em frente ao colégio é como realizar um sonho, pois todas as manhãs há mais de 8 anos vem com o filho para a escola.
A gerente de Educação, no entanto, destaca que a responsabilidade de adaptação das calçadas é da prefeitura e das intalações da escola é da Secretaria de Desenvolvimento Regional.
Outras melhorais na Belizário ramos acontecem na sala para deficientes visuais.
Fotos: Susana Küster e Daniele Melo