Projeto esteve em Uberlândia por duas semanas
Igor Castanheira
Do R7 Triângulo
.Não sei se todos que me acompanham no Portal R7 Triângulo sabem que eu, Igor Castanheira, faço parte de um grupo minoritário . Tenho dificuldades na locomoção e movimentos limitados, tanto nos membros superiores, quanto inferiores do lado esquerdo. E por conta desta "diferença" não poderia deixar de conferir o espaço, montado no Center Shopping, destinado ao projeto "Experimentando as Diferenças".
O projeto criado há dois anos já percorreu várias cidades brasileiras e tem como intuito aproximar o universo da pessoa tida como "normal" com o da pessoa com deficiência. Em Uberlândia. o público aderiu a ideia e prestigiou o evento, se divertiu e aprendeu.
Essa interação é feita através do esporte e com a participação de atletas paralímpicos. O circuito composto por futebol para deficientes visuais, basquete em cadeiras de rodas, bocha, handbike e jogos em simulação virtual
Ao praticar parte deste circuito, percebi que não tenho habilidade nenhuma com o esporte. Não consegui acertar a cesta, na bocha foi onde me sai melhor, quase consegui atingir o alvo, a bolinha branca. E por fim, definitivamente, por mais que goste de futebol, com a bola nos pés, sou um desastre. Imagina com os olhos vendados, meu deus, uma negação. Por meio de um som emitido pela bola, consegui me situar, mas a direção, deixou a desejar.
Além de confirmar que o esporte não é praia, dá para ver pelo físico, notei que "guiar" uma cadeira de roda é complicado, se não fosse a ajuda dos monitores, eu não sairia do lugar.
Neste domingo, a atleta que prestigiou o evento foi Lorena Spoladore, atual campeã mundial no salto em distância. Ela atendeu, com muita simpatia, o público que esteve no circuito. A bela jovem, de 19 anos, que além do salto em distância também compete em outras duas modalidades do atletismo, conversou com o R7 Triângulo, e falou que para 2015 e 2016, a rotina de treinos irá ser mais intensificada, por conta do mundial, neste ano, e as paraolimpíadas no Rio de Janeiro em 2016.
A jovem, natural do Paraná, mudou para Goiânia em busca de tratamento para um glaucoma congênito, que adquiriu nos primeiros dias de vida. Aos seis anos de idade, Lorena perdeu completamente a visão.
Atualmente, a atleta mora em São Paulo e estuda direito e projeta no futuro ser promotora
Quem também trocou uma palavra com a nossa reportagem foi o Coordenador do projeto, Cássio Fernando. Ele, que é profissional na área de educação física, foi convidado para participar do evento depois de ser estatístico em um jogo de futebol com deficientes visuais. Cássio comentou do atual estágio dos paratletas brasileiros e disse que a meta para o Brasil em 2016 é ficar entre os cinco primeiros no quadro de medalhas.
Perguntado sobre como é trabalhar com pessoas com histórias de vida tão fortes, o coordenador se diz muito feliz e que ele tem que, somente, agradecer.