Cientistas cubanos descobriram na casca de algumas variedades desta árvore tropical um potente antioxidante que melhora a qualidade de vida de pessoas afetadas pela síndrome da imunodeficiência adquirida
O Vimang, produto cubano fabricado com extrato da casca de algumas espécies de mangueira, melhora a qualidade de vida dos pacientes com aids e pode converter-se em eficaz complemento da terapia anti-retroviral, segundo estudo feito por instituições científicas de Cuba. A pesquisa, realizada em 2001 com 80 pacientes voluntários, concluiu que a fórmula do Vimang, de comprovada eficácia contra o estresse oxidante, é efetiva para reduzir esse dano, que se torna crônico em pessoas com aids.
O Vimang, produto cubano fabricado com extrato da casca de algumas espécies de mangueira, melhora a qualidade de vida dos pacientes com aids e pode converter-se em eficaz complemento da terapia anti-retroviral, segundo estudo feito por instituições científicas de Cuba. A pesquisa, realizada em 2001 com 80 pacientes voluntários, concluiu que a fórmula do Vimang, de comprovada eficácia contra o estresse oxidante, é efetiva para reduzir esse dano, que se torna crônico em pessoas com aids.
O processo natural de oxidação converte-se em estresse oxidante quando aumenta a velocidade de geração dos “radicais livres” ou outras substâncias oxidantes e reduzem os sistemas de defesa antioxidantes. Esse desequilíbrio entre oxidantes e antioxidantes está associado a numerosas patologias. No caso da aids, uma das causas mais dramáticas do estresse oxidante é a perda de células sangüíneas CD4, um tipo de linfócito T, que desempenham um papel central no sistema imunológico e cuja contagem indica o grau de proteção do organismo diante da enfermidade.
Aumento de peso, sensação de bem-estar geral, mais energia e melhor apetite foram reportados pelos pacientes que durante seis meses ingeriram oito tabletes diários de Vimang, como parte do teste clínico. O estudou aprovou o uso do Vimang como suplemento nutricional em pacientes com HIV e aids, analisando de forma simultânea sua toxidade renal, hepática e hematológica. Não se trata de substituir a dieta, mas de complementá-la para ajudar o organismo a recuperar o equilíbrio que perdeu, disse Lizette Gil, bioquímica do Instituto de Medicina Tropical Pedro Kouri, especializado em tratamentos contra aids. “Buscamos estabilizar os distúrbios metabólicos, esse processo de estresse oxidante que não se consegue restaurar com nenhuma terapia atual”, acrescentou.
Numa primeira etapa, quando as contagens de células CD4 do paciente são superiores a 350 por milímetro cúbico de sangue, o tratamento baseia-se em suplementos vitamínicos e nutricionais nos quais o Vimang pode ocupar um lugar de destaque, explicou Alejando Álvarez, médico do instituto. Com o avanço da aids, que provoca a redução de células CD4 abaixo de 350, começa o tratamento com medicamentos anti-retrovirais, que reduz a quantidade de vírus no organismo, acrescentou Álvarez.
Em Cuba, há dois anos as pessoas com aids são tratadas com esta terapia, que inclui três medicamentos. “O uso mundial destes medicamentos influiu no aumento da expectativa de vida do paciente, mas não eliminou efeitos colaterais que afetam a qualidade de vida”, explicou Gil. Aqui é onde o Vimang provou sua utilidade. Mas o remédio também pode ter efeitos indiretos sobre a replicação do vírus. Por isso, os cientistas se apressam em iniciar uma nova pesquisa, desta vez pelo prazo de um ano e com 350 pacientes voluntários, para testar sua eficácia frente ao HIV. Posteriormente, poderia fazer parte do tratamento que todos os pacientes cubanos recebem.
Elaborado pelo Centro de Química Farmacêutica, o Vimang é modulador imunológico, analgésico, antiinflamatório, vasodilatador e antiespasmódico. Embora, no momento, seja vendido somente em algumas farmácias cubanas, é utilizado no tratamento de câncer, infertilidade e lúpus.