Por Daniele Barbosa
Como você descobriu que a alimentação era importante no tratamento do autismo?
Quais são as restrições e permissões alimentares do seu filho Maurício?
Quais as melhoras observadas no comportamento e na saúde do Maurício com a alimentação regrada?
Por que cortar o glúten, o leite animal e os aditivos químicos?
O assunto é bem complexo, envolve vários sistemas metabólicos. Não é apenas uma questão de alergia ou intolerância. Hoje temos fortes evidências através de pesquisas científicas que o autismo é uma espécie de inflamação cerebral. A alimentação ajuda a diminuir esta inflamação, dando chances para uma recuperação maior das funções cerebrais.
Você lançou o livro “Autismo: Esperança pela Nutrição”. Como a comunidade médica no Brasil vê a questão alimentar no tratamento do autismo?
No geral o entendimento da classe médica ainda é zero, impressionante! Ainda estão esperando comprovação científica com grupo controle e testes placebo para um posicionamento, e isto talvez nunca aconteça pelo simples fato de que não consumimos pílulas! Sabemos exatamente o que estamos comendo e a comida sem glúten por mais gostosa que seja, é diferente da comida com glúten, não dá pra comer enganado, como é no teste com placebo. Não dá para o grupo de controle não saber o que está consumindo. Além do mais, todos os testes com grupos de controle e placebo demandam pouco tempo para exibir o resultado da pesquisa, cerca de um mês. Pra medir o resultado da dieta é necessário no mínimo 8 meses. Fica inviável financeiramente e quem banca pesquisa científica não produz comida, e sim pílulas, por isso a falta de interesse! Todos os princípios justificáveis para a utilização de uma dieta específica para autistas estão em livros de biologia, fisiologia, imunologia, biologia molecular. A solução para tratar pela alimentação é saber que tipos de problemas os autistas costumam apresentar, saber os exames que devem ser feitos, pegar o resultado das pesquisas clínicas e estudar como aplicar e direcionar para cada caso. Felizmente os grupos de discussão e ajuda para pais estão crescendo, os congressos estão acontecendo, as boas informações estão mais acessíveis e os pais estão mais exigentes. Isto tudo faz com que médicos busquem caminhos que estão sendo sinalizados e, aos poucos, mais médicos estão indicando uma dieta específica.
Além da alergia alimentar, quais são os outros agravantes e causadores de autismo?
Tem artigos e mais artigos científicos apontando para mercúrio e metais pesados devido à predisposição genética de dificuldade de desintoxicação, vírus, bactérias, parasitas, fungos, poluição, falta de nutrientes como vitamina D, zinco e outros, diversos fatores ambientais, doenças autoimunes.
E o que pode auxiliar no alívio dos sintomas da síndrome?
Sempre um tratamento em conjunto de fatores biológicos aliado a terapias comportamentais, sensoriais e sociais.
O autismo tem cura?
Não, não tem cura. Tem recuperação. A pessoa pode melhorar muito a sua condição, podendo levar um vida plena de tributos e prazeres como qualquer pessoa típica.
Qual a dica que você daria para os pais que estão na dúvida ou confirmaram o diagnóstico de autismo em seu filho?
Comprem o meu livro e tratem-no da forma mais natural possível. A alimentação pode sim fazer uma enorme diferença no quadro do autismo.
Sites com conteúdo produzido por Clauda Marcelino:
Fonte: Site Anna Ramalho
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Autismo