Jovem sonha em ser atriz e já é uma das estrelas de um documentário sobre inclusão
— Entrei em uma escola pública quando tinha seis anos. Nunca frequentei outro tipo de colégio. A primeira lembrança que tenho é que me dava muito bem com as minhas amigas, nunca me senti excluída.
— Minha mãe foi aconselhada por um grupo de professoras da Universidade Federal de Santa Maria a colocá-la em uma escola pública. A universidade ofereceu acompanhamento especial para Renata durante todo o ensino fundamental.
Renata foi alfabetizada aos oito anos e acompanhava bem a turma, mesmo assim, conta que o ensino médio foi um período especialmente desgastante. Na mudança de escola, a jovem perdeu o acompanhamento especial e teve que lidar com outros desafios.
Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que patrocinou o filme, comenta que o desafio da educação inclusiva no ensino médio é ainda maior do que na etapa do fundamental.
Segundo ele, inadequação da estrutura atual da escola, voltada para um ideal de aluno e não para atender à singularidade de cada um deles, vai desde o currículo até a infraestrutura e arquitetura da escola, passando pela formação de professores e gestores.
— A educação inclusiva nos obriga a repensar o ensino como um todo. No que se refere ao currículo, precisamos pensar o que é necessário que as crianças e jovens aprendam para a vida. Além disso, são necessárias políticas públicas para formação dos professores e para apoiar os gestores e as famílias para a garantia da educação inclusiva nas escolas públicas.
O Colégio Estadual Coronel Pilar, onde Renata estudou, se tornou referência em educação inclusiva. Em 1993 a instituição recebeu o primeiro aluno cego em uma classe de ensino regular, reconheceu a importância social e aceitou o desafio pedagógico de ter salas de aula mais plurais quando tais práticas ainda eram absolutamente incipientes e experimentais na educação brasileira.
Outro Olhar
A apresentação do documentário acontece às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista. O evento também terá um debate, que contará com a participação de Henriques, do diretor geral do Instituto Rodrigo Mendes, Rodrigo Mendes e de Liliane Garcez, mestre em educação e assessora especial da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo.
Fonte: R7