A fibromialgia é uma síndrome clínica, crônica, caracterizada por dor difusa e outros sintomas associados, como fadiga, sono não reparador, alteração de memória e concentração. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da fibromialgia tendam a incluir mais mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também em crianças e adolescentes.
A síndrome é associada à sensibilidade diante de um estímulo doloroso, que é descrita por pacientes como dores pelo corpo todo. Entre as manifestações clínicas estão dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, alterações intestinais, entre outras. O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado em critérios de 1990 do Colégio Americano de Reumatologia (dor difusa por mais de três meses, em conjunto com a presença de 11 de 18 pontos dolorosos específicos).
Para o reumatologista Marcelo Cruz Rezende,existe uma associação muito forte com o aspecto psicológico, com quadros depressivos e ansiedade, mas é possível afirmar que se trata somente de fundo emocional. “Hoje, sabemos que é um distúrbio relacionado à alteração nos sistemas de controle de dor, devendo ser considerado como uma síndrome de amplificação dolorosa”, explica.
Algumas novas medicações como o tapentadol estão sendo avaliadas, mas os trabalhos estão mais ligados aos tratamentos não farmacológicos, como natação, pilates e exercícios físicos. Outras evidências científicas demonstram que o costume de executar exercícios físicos aeróbicos de modo rotineiro (30 min/dia ou 45 min/3x semana) tem resolutividade para dor, fadiga, sono. Mesmo o Tai Chi Chuan foi colocado como tratamento coadjuvante com boa resposta.
O especialista explica ainda que a fibromialgia pode ter patologias associadas como tendinites, bursites, neuropatias, entre outras, que podem ser detectadas por métodos complementares com RX e/ou ultrassonografia.
Por se tratar de uma condição médica crônica, portanto, não tem cura. “Existe sim um controle da sintomatologia. Entretanto, pode ser confortador saber que, embora não exista cura, a Fibromialgia é uma doença benigna”, destaca Resende.
Cartilha educativa
Com linguagem bastante simples e de fácil compreensão, a cartilha educativa desenvolvida pelos reumatologistas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que tem como objetivo conscientizar sobre a doença e levar o paciente ao diagnóstico e tratamento com mais rapidez. Está disponível para download no endereço www.sbr.org.br ou nas unidades públicas de saúde.
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