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Catador supera deficiência com bom humor em São Paulo

O catador leva a vida de forma leve e otimista para encarar a jornada de até quinze horas de trabalho.
Foto de Ezequiel e seu carrinho
“Lutador, simpático, criativo”. Os moradores da Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo, não economizam elogios para Ezequiel Gomes, 48, catador de materiais recicláveis. Com deficiênca física, consegue equilibrar a disposição incomum para o trabalho pesado com um largo sorriso no rosto.
Segundo Ezequiel, a explicação para o bom humor é gostar do que faz. “Após o acidente logo voltei a trabalhar pra fugir da depressão”, conta. Em 2005, perdeu o controle de um carrinho com entulho, foi socorrido, mas precisou ter o braço direito amputado.
O catador leva a vida de forma leve e otimista para encarar a jornada de até quinze horas de trabalho. O jeito feliz e a superação física atraem as pessoas do bairro, que o ajudam a manter cheios os três carrinhos que ele tem. A dona de casa Maria de Lurdes da Silva, 73, admira a “simplicidade e alegria” de Ezequiel. “Sempre ofereço um lanche e café com leite para ele”.
Para fazer a coleta, o trabalhador usa a flexibilidade e resistência do corpo. Ele conta que, apesar de franzino – com 68 quilos –, sempre teve vigor físico. No último trabalho formal, como ajudante de pedreiro, deixava os colegas espantados ao subir escadas com vários sacos de cimento e areia, sem dificuldade. Habilidoso, usa as pernas e o peito como apoio para dirigir o carrinho e os dentes para fechar sacos e dar nós nas cordas da carga.
O valor obtido com a venda de materiais vai para o sustento da família. “O carrinho é minha ferramenta sagrada de trabalho”, revela. Ele mostra preocupação em não obstruir o caminho de pedestres e evita prejudicar o fluxo de veículos. Também tem especial atenção na limpeza das ruas. ”Trabalho direito e não rasgo sacos de lixo”.
O catador vende o produto da coleta em um depósito de reciclagem no Carandiru. O Mural acompanhou uma das entregas. Ele recebeu R$ 40,00 por 217 quilos de material, basicamente papelão. Segundo a proprietária Ivonete Pirone, 32, o recorde de Ezequiel foi de 470 quilos. “Para a cidade é importante reciclar”, acredita o catador.
Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis estima que existam vinte mil trabalhadores na cidade de São Paulo. Para a entidade, a atividade economiza recursos naturais ao reintroduzir materiais descartados na indústria, além de beneficiar a limpeza pública nas ruas, áreas verdes, córregos e rios e diminuir o impacto dos resíduos sobre os aterros sanitários.
Wilson Faustino

Wilson Faustino 43 anos casado, cadeirante empreendedor, trabalho com marketing e vendas diretas e virtuais. Atuando também como afiliado em plataformas como Hotmart, Eduzz, Monetizze e Lomadee. Trago todo o meu conhecimento para ajudar aqueles que pretendem trabalhar do conforto da sua casa e conquistar a independência financeira e geográfica.

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