Nas últimas décadas, a graviola (Annona muricata) vem sendo uma planta medicinal alvo de inúmeras pesquisas que tentam comprovar sua capacidade medicinal de combater inúmeros tipos de câncer. Algumas pesquisas, ainda que in vitro, indicaram que vários dos ingredientes ativos da graviola, conhecidos como acetogeninas, podem atacar e matar células malignas de vários tipos diferentes de câncer, incluindo mama, ovário, cólon, próstata, fígado, pulmão, pâncreas e linfomas. A acetogenina é um componente químico extraído da árvore de graviola que tem se mostrado muito eficaz na redução das atividades de enzimas em células cancerosas, ao mesmo tempo em que se mantém passiva nas células saudáveis.
Um estudo realizado na Universidade de Nebraska (EUA), mostrou que a graviola mata as células de câncer do pâncreas, inibindo o metabolismo celular. Esta capacidade de combater tumores de câncer foi confirmada tanto em tubos de ensaio quanto em indivíduos vivos. A graviola funciona inibindo inúmeras vias de sinalização que controlam o crescimento e o tempo de vida das células de câncer do pâncreas dentro do hospedeiro. Alterando estes parâmetros, a taxa de crescimento de novas células do cancro e propagação da doença diminuiu significativamente¹.
Um estudo da Universidade de Purdue, realizado em 1997, sugeriu que a graviola foi responsável por atacar várias células cancerosas que sobreviveram ao tratamento clássico de quimioterapia, através do desenvolvimento de resistência aos produtos químicos. O pesquisador de Purdue, Dr. Jerry McLaughlin, diz que muitas células cancerosas, ao longo do tempo, desenvolvem a glicoproteína-P, que funciona como uma bomba de efluxo ATP-dependente, ou seja, promove ativamente à saída da substância (no caso, o agente quimioterápico antineoplásico) do interior da célula, ou seja, expulsa o agente de quimioterapia antes que ele possa trabalhar. No entanto, é sugerido que talvez a graviola possa ignorar essa glicoproteína-P e matar as células cancerígenas. No geral, além de dedicar aos efeitos da Graviola no combate ao câncer, os pesquisadores de Purdue encontraram atividade contra vermes, alguns vírus, fungos e muitas linhagens de células cancerosas².
Uma pesquisa publicado na Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão da UNIPAM testou os efeitos da polpa da graviola em moscas da espécie Drosophila melanogaster que apresentavam tumores. O estudo concluiu que a graviola, por apresentar alta citotoxicidade, não deve ser usada como preventivo para o câncer. No entanto, caso a doença já esteja estabelecida, a graviola poderá ser utilizada no tratamento, visto que diminui a frequência de tumores no organismo³.
Apesar de não haver comprovação científica e reconhecimento da comunidade médica internacional, as pesquisas com a planta Graviola podem representar uma esperança futura na cura do câncer, sobretudo a partir do isolamento de ingredientes ativos presentes na planta. Atualmente, existem vários efeitos colaterais conhecidos da quimioterapia, aplicados em tumores como o câncer de mesotelioma, tais como perda de cabelo e náuseas. Outros tipos de câncer, como o mesotelioma maligno e mesotelioma peritoneal são muito agressivos, causados devido à exposição causada ao amianto, material bastante utilizado na construção civil.
A graviola, ao atacar e matar apenas células saudáveis, futuramente pode ser uma opção eficaz e segura no tratamento complementar de vários tipos de câncer e tumores, sem que cause efeitos colaterais pesados tais como outros medicamentos tradicionais. Existem mais de duas mil variedades de plantas pertencentes a família Annonaceae, o que pode representar uma esperança para a realização de pesquisas mais aprofundadas que podem proporcionar a cura do câncer.
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Fitoterapia