A vida da administradora de empresas Nena Gonzalez, 58 anos, transformou-se completamente depois que Ricardo, seu filho mais novo, sofreu um grave acidente de carro aos 15 e perdeu os movimentos dos membros inferiores e superiores. Ela parou de trabalhar e começou a se dedicar em tempo integral ao rapaz, hoje com 32. "No começo, não tinha nem ideia do que significava rompimento medular. Tive de estudar o assunto. Logo após o acidente, Ricardo dependia de mim para tudo. Hoje, ele já está reintegrado à sociedade." Tanto que, atualmente, Ricardo ajuda outras pessoas a superarem as limitações da falta de movimentos. Ele criou o programa "Praia para Todos", que disseminou o conceito de acessibilidade nas praias de todo o país, e um campeonato mundial de futebol em cadeira de rodas elétrica. Desenvolve seus projetos com o apoio da ONG criada pela mãe, a Novo Ser. "A ONG foi maravilhosa para mim. Fiz de um momento difícil a chave para uma grande mudança, que me deixou ainda mais realizada"
Aos 20 anos, a secretária Amanda Paiva Dih não parava em casa, vivia frequentando baladas e viajando com os amigos. O pouco dinheiro que ganhava, em serviços esporádicos, era gasto em festinhas, pois todas as suas despesas eram custeadas pelos pais. Até que ela descobriu que se tornaria mãe e tomou uma firme decisão: formaria uma família e assumiria as responsabilidades pela vida da criança e pela sua própria. Foi morar com o namorado e começou a procurar emprego. Grávida, não encontrou empresa que a contratasse. Mas não desistiu e começou a trabalhar como animadora de aniversários infantis. Logo após o nascimento da filha, Giovana, o namoro acabou. Hoje, aos 22, ela voltou a morar com os pais, mas em uma situação completamente diferente. Ela agora ajuda nas despesas e, assim que chega em casa, depois do trabalho, assume os cuidados com a filha. "Aprendi a ter responsabilidade e amadureci muito"
Glauciana Nunes, 32 anos, sempre gostou de escrever. Quando engravidou do Eduardo, hoje com seis anos, sentiu a necessidade de ter um lugar para compartilhar seus sentimentos e reflexões sobre a experiência da maternidade. Tal como uma gestação, a ideia foi ganhando corpo e crescendo. Acabou nascendo com o segundo filho, Luca, que hoje tem quatro anos. "Foi quando eu engravidei pela segunda vez que criei coragem de abrir um domínio, criar um logo e profissionalizar o meu conteúdo voltado para as mães", diz ela. O blog Coisa de Mãe tem hoje cerca de 90 mil acessos mensais. Muitos e-mails que ela recebe vêm de mães desesperadas, buscando orientação. Sem assumir o papel de psicóloga ou terapeuta, a blogueira apenas compartilha o que viveu e aprendeu. "Eu me sinto uma amiga das mães que estão passando pelas mesmas experiências que eu", diz
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Nos primeiros meses de vida da criança, uma simples ida ao cinema fica impraticável. Foi essa a conclusão a que Irene Chissa Nagashima, 43 anos, chegou ao ter o primeiro filho, Max, hoje com seis anos. "Quando o Max nasceu, fiquei cinco meses sem ir e senti muita falta." Foi então que ela procurou um grupo de amigas com o mesmo interesse e passou a frequentar uma sala de cinema que disponibilizava uma sessão especial para mães. A experiência foi tão positiva que Irene começou a organizar grupos de mães para sessões semanais, seguidas de um bate-papo após o filme, para trocar experiências e dúvidas sobre a maternidade. Assim nasceu a ONG Cine Materna, que promove sessões sob medida para quem vai com crianças pequenas: a luz não se apaga totalmente, o som é mais baixo e há trocadores de fraldas e estacionamento para carrinhos de bebê dentro da própria sala. A iniciativa não para de ganhar adeptas, tanto que Irene largou o trabalho como consultora de RH apenas para se dedicar ao projeto. Para ela, não foi uma decisão fácil, afinal, no início, não era remunerada na ONG. "Não é só ver um filme. O objetivo da ONG é promover uma rede de apoio, melhorando a qualidade de vida e o vínculo entre mães e bebês", afirma
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