A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro entregou hoje (25) um diagnóstico de acessibilidade, com plano de orientação, para gestores de 250 pontos turísticos do Rio, incluindo estações de embarque e desembarque de diferentes meios de transporte. A pesquisa foi elaborada no ano passado e avaliou o local e o entorno desses pontos, como calçadas e estacionamento para pessoas com deficiência.
Os estabelecimentos foram classificados em bronze, prata, ouro e diamante, de acordo com grau de acessibilidade. A secretária Georgette Vidor explicou que uma equipe técnica vai acompanhar as adaptações dos locais em que a acessibilidade é ruim ou nula, que receberam bronze ou prata.
“Hoje, entregamos a todos esses locais uma cartilha com a sua avaliação. Até 31 de julho, se eles quiserem manter uma qualificação melhor que a de hoje, podem nos enviar um projeto com as adaptações que possam reclassificá-los com melhor posição”, disse ela. Participaram do encontro centros culturais, museus e representantes das empresas de transportes públicos urbanos. “Nossa intenção é motivar esse grupo a se adequar e se tornar cada vez mais acessível”, explicou. Alguns estabelecimentos, segundo ela, já haviam feito modificações para melhorar a acessibilidade logo após a primeira visita.
Os certificados definitivos e adesivos sobre porcentagem de acessibilidade dos estabelecimentos serão entregues em cerimônia oficial na prefeitura, em novembro.
Georgette, que é cadeirante, lamentou que a cidade ainda tenha um longo caminho pela frente para garantir a inclusão da pessoa com deficiência e seu direito fundamental de ir e vir. “É uma transformação muito grande para uma cidade que foi mal planejada, que cresceu de forma desordenada. Então, fazer essa mudança em pouco tempo é muito difícil”, declarou ao lembrar que quando assumiu o cargo de secretária, em 2011, a sede da prefeitura não tinhaa sequer banheiro adaptado.
“Hoje, tem um banheiro adaptado em todos 13 andares do edifício”, comentou ela ao apontar que cotidianamente é convidada para eventos em locais sem rampas, banheiros adaptados e outras falhas. A secretária disse acreditar que a mudança de mentalidade está ocorrendo aos poucos, e que iniciativas como as dos certificados e planos de orientação podem acelerar o processo.
Georgette informou que os restaurantes e polos gastronômicos serão os próximos locais a serem avaliados com base na acessibilidade, ainda neste ano. Outra meta da secretaria é divulgar rotas acessíveis para pontos turísticos, como meios de transportes e ruas, para cadeirantes e deficientes visuais com mobilidade reduzida, entre outros.
De acordo com o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), 1,3 mil prédios públicos municipais da capital fluminense não estavam adaptados para pessoas com algum tipo de deficiência no ano passado. A cidade do Rio tem 1,5 milhão de moradores deficientes, 23,9% dos cariocas, número que deve aumentar com a chegada de turistas e jogadores com deficiência para as Olimpíadas e Paralimpíadas, em 2016, cerca de 4,2 mil de acordo com o IBDD.
Fonte: EBC