Uma empresa norte-americana quer ajudar a solucionar um dos maiores problemas de mobilidade para deficientes físicos: o acesso aos carros. A Kenguru, criada pela advogada Stacy Zoern, que é cadeirante, anunciou a versão de produção de um carro elétrico de apenas 2,1 metros de comprimento e 1,5 de altura com capacidade para transportar uma pessoa.
O diferencial em relação aos veículos convencionais é o acesso (veja no vídeo ao lado). Diferente dos carros com venda regular, que passam por uma adaptação para poder receber pessoas com deficiência, o Kenguru foi desenvolvido para acomodar um cadeirante na própria cadeira de rodas.
Há apenas uma porta, traseira, que abre para cima, ao mesmo tempo em que surge uma pequena rampa para o embarque. Não há bancos, e o condutor fica na própria cadeira. A abertura da porta é automática, e pode ser feita com um controle.
Os comandos no interior são semelhantes aos de uma motocicleta, com acelerador e freios nas mãos e um guidão no lugar do volante. Um pequeno painel do lado direito indica velocidade, nível de bateria e luzes espia. A boa visibilidade é garantida pela grande área envidraçada.
Construído em fibra de vidro, o Kenguru foi desenvolvido para ser um modelo estritamente urbano. “A ideia é permitir que pessoas com deficiência possam se locomover no cotidiano de forma mais prática e independente”, afirma Stacy. Com dois motores elétricos, o carrinho atinge velocidade máxima de 40 km/h e tem pode andar quase 100 km sem precisar ser recarregado.
As vendas ainde devem levar pelo menos um ano para começar, mesmo tempo em que as primeiras unidades estarão prontas. Por enquanto, o preço é de US$ 25 mil, o equivalente a R$ 60 mil. Porém, o valor pode ser reduzido, com incentivos fiscais oferecidos pelo do país. Os interessados já podem reservar o Kenguru, mediante pagamento de US$ 100.
Desenvolvimento
A ideia de desenvolver um veículo próprio para pessoas com deficiência surgiu quando Stacy teve sua van adaptada destruída em um acidente. Como um novo veículo custaria US$ 80 mil, a advogada saiu em busca de alternativas mais baratas.
A ideia de desenvolver um veículo próprio para pessoas com deficiência surgiu quando Stacy teve sua van adaptada destruída em um acidente. Como um novo veículo custaria US$ 80 mil, a advogada saiu em busca de alternativas mais baratas.
Encontrou o projeto Kenguru, do húngaro Istvan Kissaroslaki. Ainda em fase de protótipo, o desenvolvimento estava parado em decorrência da crise econômica na Europa. A advogada, então, conseguiu o valor para dar continuidade ao projeto, e transferiu a empresa para o Texas. Kissaroslaki também se mudou para os Estados Unidos, e hoje é um dos responsáveis pelo Kenguru.
Projeto brasileiro
No Brasil, um grupo de amigos do interior de Santa Catarina também desenvolveu um carro semelhante ao Kenguru, que foi batizado de Pratyko. O objetivo era facilitar a locomoção do cadeirante Marcio Henrique David.
No Brasil, um grupo de amigos do interior de Santa Catarina também desenvolveu um carro semelhante ao Kenguru, que foi batizado de Pratyko. O objetivo era facilitar a locomoção do cadeirante Marcio Henrique David.
O primeiro protótipo ficou pronto em 2010, com uma porta única traseira, elevador para cadeira de rodas e motor de moto de 250 cm³. De lá pra cá, Márcio, e o amigo, Gilberto Mesquita, aprimoraram o Pratyko, conseguindo parcerias com governos e empresas de componentes, como a Weg, para o fornecimento de motores elétricos.
“Estamos na fase final de desenvolvimento, já rodamos 3.000 km com o motor elétrico, e a autonomia está entre 60 e 80 km. O desenho será muito diferente do protótipo, mas ainda não está fechado”, afirma Mesquita.
Outra medida necessária é homologar o Pratyko no Denatran, órgão responsável por regulamentar os veículos no Brasil, mas o processo já foi iniciado, diz Mesquita.
A ideia é iniciar a produção do Pratyko ainda em 2014, em Santa Catarina, com preço entre R$ 35.000 e R$ 40.000.
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