Quando falamos de células-tronco sempre começa uma discussão ética e religiosa. Mas, é importante antes de tudo definir as diferenças entre as células-tronco adultas e as células-tronco embrionárias. As células-tronco adultas, de acordo com palestra que assisti, em 2009, da biomédica Lilian Piñero, são multipotentes capazes de gerar células de tecidos ou órgão de onde são provenientes. Estas células podem ser coletadas do próprio paciente pelo cordão umbilical, dentes de leite, fio de cabelo e até gordura extraída de lipoaspiração. Esta pesquisadora defende o uso das células-tronco adultas.
Do outro lado, a cientista Mayana Zatz em seu blog sobre genética defende as embrionárias, pois acredita que estas teriam a capacidade de se transformar, praticamente em qualquer célula, só que são apenas encontradas em embriões. Neste caso os genitores têm que autorizar a doação e os pesquisadores só podem usar embriões congelados.
Apesar de muita polêmica, diversas pessoas que têm condições, se submetem a tratamentos, principalmente fora do país. Este é o caso de Frederico Rios, que ficou tetraplégico após acidente de moto em 2008, que no ano passado viajou até a Alemanha para fazer o tratamento com células-tronco adultas da medula óssea. Foram feitas duas aplicações em duas clínicas diferentes. Como afirma no post do blog Acessibilidade na prática, Frederico diz que a Ong Viva Vida ajudou nor trâmites legais. Quanto ao custo o paciente diz que foram 8 mil euros.
Sobre os resultados, a fisioterapeuta de Frederico, Maria Alice Furrer explicou. “Após a primeira aplicação de células-tronco, o resultado mais evidente foi o aumento da sensibilidade abaixo do nível da lesão. Aos poucos, as melhoras motoras foram surgindo, como controle de tronco, melhora da postura na cadeira de rodas e aumento da força nos braços. Com o tronco e braços mais fortes, foi possível começar a utilizar uma cadeira de rodas manual”.
A fisioterapeuta ainda ressalta: “Com a segunda aplicação, os benefícios conquistados anteriormente foram potencializados. Além disso, as contrações musculares nos membros inferiores, que eram mínimas, começaram a gerar movimentos voluntários como esticar o joelho e fechar e abrir as pernas, mas ainda não funcionais, pois apareceram muito recentemente.Todos os resultados positivos só foram alcançados porque foi trabalhado o conjunto, ou seja, após a aplicação das células-tronco, foi iniciado um intenso programa de reabilitação, buscando otimizar os efeitos das células”.
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