Uma das maiores dificuldades é atravessar as ruas sem rampa
Ao sair de casa, os obstáculos começam já nas calçadas, esburacadas, com paralelepípedos mal colocados e sem rampas que facilitem a travessia das vias públicas. Além das dificuldades de infraestrutura, o desrespeito das pessoas piora a maratona do cadeirante que, muitas vezes, precisa andar pelo meio da rua por causa de camelôs, mesas, cadeiras e carros que dominam as calçadas. Mas nenhum desses problemas se compara ao do transporte público.
A lei 1.768 de 1990 determina que todos os transportes coletivos tenham lugares exclusivos para gestantes e deficientes físicos e sejam adaptados para dependentes imprescindíveis de cadeiras de rodas. Os veículos deveriam ter a logomarca oficial impressa externamente em pelo menos 20% da frota, facilitando a identificação por parte dos usuários. No entanto, Rodrigues conta que a norma ficou só no papel.
- A linha 811 é a que eu deveria pegar para ir a Sulacap onde pratico tênis de mesa, mas as portas dos carros são ovais e a cadeira não passa. Então eu pego o da linha 812, um microônibus que não é adaptado, mas pelo menos eu consigo entrar. Isso, depois de esperar mais de uma hora e precisar da ajuda de funcionários e passageiros para embarcar. Sem contar que vou solto no meio do carro, correndo o risco de cair ou machucar alguém.
Quando precisa pegar o trem para ir ao médico ou algum outro lugar, ele explica que apenas algumas estações têm escadas rolantes e elevadores, mas a maioria não funciona. Rodrigues utilizaria a estação de Bangu, mas, como o serviço está sempre inativo, ele precisa estender o caminho e seguir por uma passagem subterrânea perigosa, o que aumenta em quase 45 minutos o percurso.
- Todos estes problemas são questão de segurança. Os próprios funcionários dos transportes públicos não estão preparados para nos atender. Já liguei para a empresa para reclamar e eles ficam na promessa de que a frota vai mudar, que os carros serão renovados, os motoristas treinados e nada acontece.
Em relação aos trens, a SuperVia informou que, das 98 estações, somente 12 possuem facilidades de acesso para pessoas com deficiência e outras 32 atendem parcialmente estes usuários. De acordo com a concessionária, a adequação funcional e modernização das principais estações estão previstas para acontecer até 2014. As demais serão remodeladas até 2020.
Segundo o deputado Márcio Pacheco, presidente da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o órgão, com a comissão de transporte, vai fazer uma fiscalização mais rígida e uma série de vistorias públicas nos equipamento de transporte.
- A comissão foi criada por uma questão de dívida social e falta de política pública efetiva para essa parcela da população. Nosso objetivo é fiscalizar. As leis estaduais e municipais são complementares, mas não precisariam ser criadas, pois as leis federais deveriam ser autoaplicáveis.
- A comissão foi criada por uma questão de dívida social e falta de política pública efetiva para essa parcela da população. Nosso objetivo é fiscalizar. As leis estaduais e municipais são complementares, mas não precisariam ser criadas, pois as leis federais deveriam ser autoaplicáveis.
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