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Para salvar um amigo, ele ficou paraplégico aos 21 anos

Flavio sofreu um acidente em uma piscina, mas se recuperou
cadeirante paraplegico

“Estava no auge da juventude quando tudo aconteceu. Tinha 21 anos, esbanjava saúde e adorava sair e beber com os amigos. Mas o que eu realmente mais amava era jogar bola com eles.
Em uma tarde de sábado estávamos comemorando o aniversário de uma tia em torno de uma piscina. Não demorou muito até que as corridas e os empurrões passassem a movimentar a turma. Uma diversão comum, mas, confesso, irresponsável.
Na correria, só percebi quando fui praticamente arremessado em direção à piscina. No meu caminho, estava um amigo mais novo do que eu. Com a colisão dos nossos corpos, certamente ele sofreria um acidente batendo contra a borda.

Em fração de segundos eu só pensei em proteger meu amigo. Então, o retirei da reta e mergulhei de cabeça na piscina. O que eu não contava é que ali havia pouco mais de um metro de água. Bati a cabeça contra o fundo e, imediatamente, não consegui mais movimentar minhas pernas e braços.
Não senti dor nenhuma no momento da pancada, e até tentei sair da água, mas meu corpo não obedecia. Demorou para que percebessem que havia algo de errado comigo. Dois minutos ali dentro pareceram uma eternidade. Naquele instante, pensei que morreria.
Quando, finalmente, fui retirado da água, a dor nas costas já era insuportável. Praticamente nas vésperas do Natal de 1996, dei entrada no hospital aos gritos.

Depois de quatro dias no CTI, veio o diagnóstico: havia fraturado a quarta vértebra da coluna, esfacelado a quinta e lesionado a medula. Para piorar a situação, para fazer a cirurgia, o hospital pediu um cheque calção de R$ 100 mil. Se hoje isso é impossível para mim, imagine na época.
“É raro encontrar um tetraplégico que não tenha pensado em tirar a própria vida pelo menos uma vez? ?O que passei não desejo para ninguém. Mas talvez não seria o que sou hoje ou teria o que tenho, se não tivesse passado” Flávio Caetano
Mas com a graça de Deus, consegui ser transferido para um outro hospital onde fiz a cirurgia. A equipe médica explicou que a cirurgia tinha como principal objetivo possibilitar que eu me sentasse, mas eu jamais conseguiria andar novamente.
Dali em diante, eu já não dormia mais por causa da dor e, principalmente, pelo terror da ideia de ficar cem por cento dependente para o resto da vida. E confesso: muitas vezes pensei em me matar. Porém, nem isso um paraplégico conseguiria fazer sozinho, eu considerava.
Com o tempo, reconheci os esforços que minha mãe, minha família e meus amigos faziam para me ajudar e escolhi tentar. Diante da falta de recursos, eles faziam até rifas para arrecadar dinheiro para o custeio do tratamento de fisioterapia.

Poucos meses depois, o milagre aconteceu: dei os primeiros passos. Na clínica, eu tinha de tomar banho sentado para evitar acidentes, mas, como sou teimoso, levantei da cadeira e caminhei em direção ao chuveiro sozinho.
E não parei por aí. Continuei com a fisioterapia e depois com a natação. Só parei o tratamento a partir de 2003, pois o salário que recebia durante o período em que fiquei encostado pelo INSS não cobria nem os remédios.
Além disso, mesmo com dificuldades na locomoção, precisava retomar a minha vida. Comecei a trabalhar, voltei a estudar e me formei em Artes Plásticas. Também estudei gastronomia e fiz uma pós-graduação em artes. Hoje sou professor estadual concursado, e adoro o que eu faço.
O mais importante em meio a tudo isso é que conheci Vanessa, minha esposa, que me deu um filho lindo: o Nicolas, hoje com quase quatro anos. O que eu passei, não desejo para ninguém. Mas hoje sou um homem e um pai feliz.

Já consegui muito do que havia planejado. Ainda quero garantir um ensino de qualidade para meu filho e estabilidade financeira que permita uma vida mais tranquila para minha família.
Aprendi com tudo isso que não podemos nos acomodar. Temos de aproveitar as oportunidades e jamais desistir. Dificuldades sempre vão existir.
Mas um sonho eu sei que ainda vou realizar: voltar a jogar bola com meus amigos.”

Fonte: Ser Lesado
Wilson Faustino

Wilson Faustino 43 anos casado, cadeirante empreendedor, trabalho com marketing e vendas diretas e virtuais. Atuando também como afiliado em plataformas como Hotmart, Eduzz, Monetizze e Lomadee. Trago todo o meu conhecimento para ajudar aqueles que pretendem trabalhar do conforto da sua casa e conquistar a independência financeira e geográfica.

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