Eu já havia falado aqui sobre a importância da acessibilidade em prédios comerciais e hoje venho novamente fazer referência ao comércio, porém dessa vez venho expor minha indignação ao mercado digital. É que essa semana estive analisando alguns sites de compra na internet e observei o quão são inacessíveis para quem, por exemplo, é deficiente visual. Daí me pus a averiguar melhor o caso, afinal nem todo site é como o Acessibilidade Total, que dispõe de recursos que promovem a inclusão.
Dentre as minhas pesquisas pude considerar o trabalho de um grupo de profissionais formado por consultores com diversas experiências de mercado, formação e de vida. Eles estudam, pesquisam e trabalham para melhorar o acesso à Tecnologia da Informação, porque estão cientes de sua importância.
Então gostaria de expor o que encontrei fazendo uma pequena observação sobre os porquês de se preocupar com acessibilidade ao desenvolver sites: acessibilidade é, antes de qualquer coisa, inteligência e visão de mercado.
Por quê? Porque quando você torna o seu site acessível você está simplesmente maximizando a exposição do seu produto e/ou serviço. Pensar em acessibilidade não é ser bonzinho, é enxergar no público não-padrão e com necessidades especiais, potenciais consumidores para o que você está vendendo.
No fim das contas, quem ganha mais com acessibilidade não são os cegos, daltônicos, deficientes em geral, usuários de dispositivos móveis, etc. Quem ganha mais é o dono do site, que vai passar a ter um público imensamente maior e mais diverso que antes.
Quando se fala em acessibilidade, a maioria das pessoas pensam nos cegos. E muita gente tem a noção – errada, claro – de que cegos não compram, por exemplo, livros, televisões, quadros, ingressos para cinema ou teatro ou qualquer outro produto que seja essencialmente ou primariamente visual. Isso é uma tremenda besteira. Primeiro porque produtos, como no caso da televisão, primariamente visuais, são sim utilizados por pessoas cegas, ora por que não? E produtos essencialmente visuais, como livros (excetuando-se os escritos em braile, claro), podem não ser utilizados por eles, mas isso não impede que comprem para dar de presente, por exemplo.
E, bem, isso falando apenas das pessoas cegas. Além delas, quando fazemos um site, temos que pensar em outros tipos de usuários. Usuários de dispositivos móveis, por exemplo.
Imagine que um potencial cliente para o produto de uma empresa entre no site desta e tente, inutilmente, efetuar uma operação de compra. O que ele vai fazer? Mandar um email pra empresa pedindo encarecidamente que você o considere como consumidor? Bem, ele pode até fazer isso, mas não encarecidamente e não sem antes ter dado uma bela banana pra você e comprado o produto no site do concorrente.
Portanto, pessoal, vamos começar a nos preocupar com acessibilidade, mas de uma maneira diferente. Não se sentindo altruístas por estar incluindo um público marginalizado na web, mas sim sendo inteligentes para enxergar que quanto mais gente acessa um site, maiores as chances deste de cumprir o seu objetivo, seja ele vender, informar, fazer propaganda ou outro qualquer.
E não vale o velho argumento de que ninguém acessa o seu site via PDA ou celular. Ninguém acessa porque você não deixa. Abra a porta e veja quanta gente está sentada na soleira esperando para entrar no seu estabelecimento digital.
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