Por: Patrícia Bulbovas
Como não há exames específicos para a detecção do transtorno, e suas causas são desconhecidas, o relatório familiar é a maior base do diagnóstico autista.
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID). Essa é a classificação dada pela Associação Americana de Psiquiatria para o autismo, patologia categorizada pelo desenvolvimento anormal do indivíduo, e que se manifesta geralmente até os três primeiros anos de idade, quando a criança começa a mostrar perturbação nas interações sociais, comunicação e comportamento.
Estima-se que existam no Brasil cerca de 100 mil pessoas com autismo. Alguns autores apontam que a cada 10 mil nascidos, 21 bebês sejam autistas (sendo 4 a 5 vezes maior em meninos, em relação às meninas), mas a indicação da incidência do TID tem variado em função do aprimoramento dos meios de investigação e de rigor em classificar alguém como autista, já que seu comportamento pode ser meramente reflexo da influência de seu ambiente.
Sendo assim, diagnosticar o autismo é tarefa delicada, e geralmente muito embasada pelo depoimento familiar da pessoa. Atualmente, exames bioquímicos, cromossômicos e eletroencefálicos ajudam a esclarecer o quadro, já que algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada (em adultos, as imagens de ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais), mas tais resultados servem apenas de amparo.
De causa desconhecida, estudos indicam que o autismo pode ser em parte, genético. Isso porque nos casos de gêmeos idênticos, ambos tendem a apresentar a desordem comportamental. Os principais sintomas a serem observados é a dificuldade de reconhecer a estímulos auditivos e visuais e a expressar comunicação corpórea. A criança autista também não interage em jogos em grupo, evita o contato no olhar e tem uma anormalidade específica em expressar e reconhecer emoções. Entretanto, o nível de inteligência não é, necessariamente, atingido, já que nos casos de autismo, a inteligência fica entre a subnormal e acima do normal, com maior sucesso em tarefas que requerem memória simples. Além desses sintomas, o autista tende a sofrer de fobias, perturbações do sono e da alimentação e crises de choro ou de agressão (tanto ao próximo, como de autolesão). É importante salientar que nem todos os autistas apresentam todos esses sintomas associados, e que a patologia não compromete a expectativa de vida.
Crianças autistas com inteligência subnormal, avaliadas em testes padrão e com resultados de QI abaixo dos 50 pontos, provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral. Já as crianças com QI considerado normal se beneficiam de educação regular, porém, inclusiva, e psicoterapia. A Fonoterapia é indicada e indicada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.
COMO SABER SE A CRIANÇA TEM AUTISMO?
· Geralmente, a criança apresenta, pelo menos 50% dos sintomas abaixo relacionados, e que podem variar de acordo com a intensidade e a idade;
· Dificuldade em interagir com outras pessoas;
· Repetição de gestos idênticos;
· Resistência a mudar de rotina;
· Risos ou choro inapropriados;
· Tem algumas fobias, e por outro lado, não teme os perigos;
· Pouco contato visual;
· Pequena resposta aos métodos normais de ensino;
· Aparente insensibilidade à dor;
· Ecolalia (repetição de palavras ou frases);
· Conduta reservada;
· Dificuldade em aceitar carinho;
· Hiper ou hipo atividade física;
· Angústia sem razão aparente;
· Age como se não ouvisse;
· Apego inapropriado e objetos;
· Habilidades motoras e atividades motoras desiguais, e dificuldade em expressar suas necessidades (usa sinais para os objetos em vez de palavras).
Fonte:Mundo da Inclusão
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