Se lambuzar com doces, bolos, salgadinhos são coisas que toda criança adora. Porém, é bem distante para Larissa Vedolin, de 14 anos de idade. Portadora de celíaca, doença que provoca intolerância ao glúten, a menina sofre desde a infância com uma dieta rigorosa sem trigo, cevada e malte. Para superar os obstáculos, ela conta com ajuda de sua mãe, Carine Vedolin, que mudou sua vida para ajudar a filha.
— Nós descobrimos que ela tinha a doença depois de 28 dias internação. Ela tinha baixa estatura, vivia com anemia e tinha uma diarreia crônica. Foi horrível saber que minha filha não poderia comer bisnaguinha, como qualquer outra criança. Descobrimos que ela tinha uma doença em que passaria a vida inteira seguindo uma dieta rigorosa.
O primeiro passo que a assistente odontológica tomou para aceitar a doença foi buscar um especialista no assunto. A intenção era encontrar alternativas para que Larissa, na medida do possível, vivesse como qualquer outra criança.
— Nós sempre fomos orientados a explicar que ela era diferente e precisava seguir a dieta para não ficar doente. Buscamos a Associação de Celíacos para mostrar que ela não era a única a ter isso. Fomos a passeatas, em festas de Natais para ela ver que outras crianças, adultos e idosos também sofriam com a doença.
Para ajudar a filha a superar esta dificuldade, a mãe conta que também entrou na dieta especial da filha.
— Na minha casa não entra farinha de trigo. Meu macarrão é sem glúten e meus bolos também. Doces especiais são ainda complicado. Embora o mercado esteja cada vez maior para pessoas celíacas, o preço ainda é muito salgado.
Larissa se acostumou com o seu modo de vida. Desde pequena levou sua comida para a escola e seus professores eram orientados pelos pais sobre a doença, que não traz nenhum efeito colateral para a rotina da criança. Ao R7, Larissa conta que nunca se arriscou a comer algo com glúten.
— Como eu sempre vivi assim, não sinto falta. Às vezes minha família deixa de comer alguma coisa por minha causa e eu me sinto mal. Preciso falar para eles que eu não ligo que eles podem comer pizza por exemplo.
Apoio da família
A celíaca é uma doença autoimune e crônica que atinge1% população mundial, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde. Segundo a gastro-pedriatra Cylmara Gargalack, geralmente ela é descoberta até os cinco anos de idade quando a criança tem quadro de vomito, diarreia crônica e desnutrição.
— É uma doença silenciosa, que faz com que o organismo ser intolerante ao glúten.
Para a médica, o apoio da família é fundamental para que a dieta seja feita pela criança e que ela siga ela para toda a vida.
— Tem família que fica com dó da criança e não estimula ela a fazer a dieta. O ideal é que os familiares apoiam e que se adaptem as necessidades da criança para que ela tenha consciência, assim como pai, de que as consequências da doença podem levar a um câncer de estomago e até a morte.
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