Uma idosa de 76 anos, viúva e mãe de 14 filhos, cuida sozinha de seis que são cadeirantes. Todos eles nasceram com um problema genético que, ao longo do tempo, tira a força das pernas e provoca problemas na fala, audição e visão.
A TV Record Brasília recebeu as fotos da família e decidiu ir visitar a dona Terezinha de Jesus Ribeiro, moradora de Luziânia (GO), região do Entorno do DF, para mostrar como ela e os filhos fazem para sobreviver.
A casa é totalmente adaptada, tanto na entrada quanto nos cômodos, para que os filhos consigam se locomover com facilidade. Apesar de reconhecer que é uma situação difícil, ela não tira o sorriso do rosto e demonstra muito otimismo.
— Eles nasceram saudáveis e desenvolveram a doença com o passar do tempo. O médico diz que é um problema genético. É difícil, vou levando a vida como posso, mas não tenho nada do que reclamar. Todos são meus filhos biológicos e dou graças a Deus por eles.
Aos 76 anos, a dona de casa vive preocupada com os filhos, que têm idades entre 36 e 47 anos, e tenta, de alguma forma, melhorar a qualidade de vida e ajudá-los no que é possível.
Para Ângela Regina Ribeiro, de 38 anos, filha cadeirante de dona Terezinha, o problema dela começou depois que caiu no chão.
— Tinha 21 anos quando tive o primeiro sintoma. Caí no chão de repente e desde então não tenho mais forças nas pernas.
O irmão dela, Cleiton Ribeiro, de 41 anos, disse que por conta da doença precisou colocar oito parafusos no pé.
— Desenvolvi a doença com 19 anos. Também começou como um tombo normal. Depois fui perdendo força nas pernas e hoje não consigo mais ficar em pé.
A mulher de Cleiton, a dona de casa Maristela Gonçalves, conta que o pé do marido vive inchado e lembra que precisou ficar 19 dias com ele no hospital.
— Ele teve uma cãimbra, caiu em cima do pé e ficou doente. Faço tudo por ele.
Um dos filhos de dona Terezinha, Clécio Ribeiro, ganhou de um amigo uma cadeira de rodas diferentes. Ela é totalmente personalizada e diferente das demais, adaptada com pedais para as mãos.
Com ela, Clécio vai para praticamente todos os lugares e ajuda a mãe.
— Ele vai ao supermercado, faz compras, tira xerox, vai longe.
Apesar de todos os problemas e dificuldades financeiras para ajudar os filhos, dona Terezinha diz que não consegue mais viver sem eles.
— Todos são muito especiais, não me imagino sem eles. As cadeiras estão ficando velhas, o dinheiro nem sempre dá para tudo e qualquer ajuda é bem vinda.
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