Deficiência é o termo utilizado para definir a ausência ou disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatómica. Actualmente, esta palavra é considerada inapropriada, podendo promover o preconceito em detrimento do respeito ao valor integral da pessoa.
A deficiência pode ser qualquer coisa que se desvia do normal. Normalmente, mediante este conceito, só pensamos em patologias graves como paralisia cerebral, esclerose multipla, espinha bífida, deficiência visual, acidente cerebral vascular, displasia da anca ou lesão medular como “deficiência”, quando na verdade, a deficiência pode ser qualquer coisa mais natural, que resulte ou não em algum tipo de incapacidade, tal como: artrose da anca, hérnia discal, artrite reumatóide, desigual comprimento dos membros inferiores e superiores, controle muscular diminuído, problemas de equilíbrio, entre muitos outros.
O Golfe como ferramenta terapêutica:
Mesmo que uma pessoa deficiente tenha recebido tratamentos de óptima qualidade, num hospital, clínica ou outro centro especializado, é provável que ainda tenha limitações significativas e, ao retornar à sociedade, pode perder algumas das capacidades que possuía. As actividades desportivas, classificadas de acordo com o grau de capacidade e o tipo de deficiência, são uma excelente oportunidade para se continuar a reabilitação e adquirir novas habilidades fora do hospital.
O desporto promove grandes benefícios, tanto sociais quanto psicológicos. A maioria dos países possui uma estrutura para a realização de actividades desportivas, em geral gratuitas, para deficientes. Grande parte dos desportos praticados nesses eventos é adaptada às deficiências dos atletas e há inclusive, competições de nível internacional.
Na década de 50 surgiram as primeiras associações de golfe adaptado (National Amputee Golf Association), porém só nos últimos anos é que o golfe adaptado se começou a desenvolver, com a fundação de clubes de golfe e associações de golfe adaptado na Europa. Em Portugal, fala-se já da criação de um comité de golfe adaptado. Foi com agrado que li esta notícia, pois lido todos os dias com pessoas deficientes e quero que elas tenham pelo menos o prazer de conhecer e experimentar o melhor desporto do mundo. Fico assim atento para ver como vai decorrer este novo projecto da FPG.
No golfe as populações especiais mais encontradas são: os amputados (tanto dos membros inferiores como superiores), paraplégicos (estes que necessitam ou não de uma cadeira especial quanto começarem a jogar no campo – Single Rider Golf Car) e pessoas com deficiência mental, como é o caso da Síndrome de Down.
Golfe Adaptado
Este tipo de programa é destinado às pessoas que tem algum tipo de incapacidade física ou mental, desde pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral, uma amputação, artrite, displasia da anca, lesão medular, a pessoas amblíopes ou cegas, e outro tipo de incapacidade, quer seja adquirida ou inata.
A aprendizagem pode começar desde o hospital, clínica ou centro de recuperação, passando pelo driving range, terminando no campo propriamente dito, recorrendo a equipamento e/ou técnicas de golfe adaptadas aprendidas por profissionais qualificados.
Após esta aprendizagem os jogadores estarão aptos para jogar torneios locais, competindo de igual forma com os outros jogadores na modalidade net através do sistema de handicaps.
É evidente o benefício que o golfe pode trazer a cada indivíduo e se pensarmos que as pessoas com necessidades especiais conseguem melhorar o controlo motor, o equilíbrio e a coordenação, a resistência cardiovascular, a participação (reintegração) social e auto-estima, então não restam dúvidas da importância que tem este desporto nobre, no desenvolvimento do jogador e das suas capacidades.
Fonte: Lisboa Physio