Experiência de piloto de helicóptero com prótese no braço é pioneira e exemplo de força e determinação...
A história do comandante Carlos Santoro é única no Brasil: ele é o primeiro a pilotar helicóptero com uma prótese substituindo o braço direito. Talvez seja inédito também em outros países, porque não se tem notícias, pelo menos até agora, de outro caso similar.
Ele conseguiu a autorização para voar com a prótese, oficialmente, depois de fazer, em novembro de 2011, em Goiânia/GO, o chamado voo de recheque, um procedimento obrigatório anual para todos os pilotos, a cargo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), realizado para reavaliar a capacidade de operação de uma aeronave.
Santoro nunca pensou em fazer outra coisa na vida, além de pilotar. Aos 24 anos já exercia a profissão, quando sofreu um grave acidente de carro em maio de 2010. Uma fratura exposta rompeu ligamentos importantes, impossibilitando uma cirurgia reparadora. Parte do braço direito precisou ser amputada, procedimento feito no Hospital de Urgências de Goiânia.
A decisão de voltar a voar, surpreendentemente, foi tomada logo após a cirurgia, na primeira conversa com a psicóloga do HUGO - Hospital Universitário de Goiânia: "Se ainda não existe, eu serei o primeiro piloto de helicóptero a voar com prótese", afirmou o piloto, ao pedir que ela avisasse aos seus familiares que ele estava bem, e que o braço amputado não o tiraria da aviação, sua grande paixão.
Foi com essa determinação que ele foi fazer fisioterapia e terapia ocupacional no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), também um Goiânia/GO, assim como o hospital (HUGO), também um organismo público de atendimento. "Conheci o pessoal da oficina ortopédica, que queriam fazer uma prótese de mão para que eu aprendesse a usá-la no dia a dia", conta Santoro. "Expliquei que era piloto de helicóptero e sugeri fazer uma prótese adaptada para pilotar a aeronave. E eles toparam o desafio", lembra Santoro.
A novidade foi feita em conjunto: "Eu falava da minha necessidade e eles faziam as adaptações com o que eu pedia, até chegarmos ao quarto modelo de prótese para eu poder voltar a voar". O teste do primeiro modelo aconteceu apenas quatro meses após o acidente. "Oito meses depois do acidente eu já estava voando com a prótese definitiva em total segurança", afirma o comandante.
"A prótese nada mais é do que uma extensão do meu braço. Ela é ligada ao comando de voo chamado Cíclico, que é responsavel pela estabilidade direcional da aeronave - para frente, para trás, para os lados e parado, tudo controlado pelo braço direito com a prótese", explica Santoro. "Atualmente voo em Marabá, no Pará. Graças a Deus, nunca tive problemas com ninguém por causa da prótese, mas vejo que, às vezes, algumas pessoas se assustam quando vão voar pela primeira vez comigo, mas depois costumam elogiar bastante", afirma.
"Sempre tive na Fé a certeza que iria voltar a voar. Só pensava que se para tudo tem um jeito, para isso teria também. E tive a ajuda da família, principalmente, que sempre acreditou em mim", garante o comandante. "As pessoas que estão à nossa volta fazem muita diferença na hora de tomar qualquer decisão. Muitas delas chegaram, depois do acidente, falando para eu ir fazer faculdade, ir mexer com outra coisa. Eu sempre tive na cabeça que queria voltar a voar e que iria fazer de tudo para isso", assegura.
Como mensagem final, ele deixa um recado para quem está ao lado dos que passam por algo assim: "Nunca desanime ou tire uma ideia da cabeça dessa pessoa por mais estranha, diferente e louca que pareça. Mesmo que você saiba que vai dar errado, mesmo assim, tente junto, até ela mesma ver seu limite e mudar de ideia", recomenda o piloto. Para as pessoas numa situação similar a dele, aconselha: "Encare a recuperação como um compromisso e não fique parado. Lembre que tem gente que nasce sem e nunca teve a oportunidade de usar um membro". Ele continua com seu sonho: "Pretendo continuar voando na aviação executiva," finaliza.
Fonte: Revista Reação
A história do comandante Carlos Santoro é única no Brasil: ele é o primeiro a pilotar helicóptero com uma prótese substituindo o braço direito. Talvez seja inédito também em outros países, porque não se tem notícias, pelo menos até agora, de outro caso similar.
Ele conseguiu a autorização para voar com a prótese, oficialmente, depois de fazer, em novembro de 2011, em Goiânia/GO, o chamado voo de recheque, um procedimento obrigatório anual para todos os pilotos, a cargo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), realizado para reavaliar a capacidade de operação de uma aeronave.
Santoro nunca pensou em fazer outra coisa na vida, além de pilotar. Aos 24 anos já exercia a profissão, quando sofreu um grave acidente de carro em maio de 2010. Uma fratura exposta rompeu ligamentos importantes, impossibilitando uma cirurgia reparadora. Parte do braço direito precisou ser amputada, procedimento feito no Hospital de Urgências de Goiânia.
A decisão de voltar a voar, surpreendentemente, foi tomada logo após a cirurgia, na primeira conversa com a psicóloga do HUGO - Hospital Universitário de Goiânia: "Se ainda não existe, eu serei o primeiro piloto de helicóptero a voar com prótese", afirmou o piloto, ao pedir que ela avisasse aos seus familiares que ele estava bem, e que o braço amputado não o tiraria da aviação, sua grande paixão.
Foi com essa determinação que ele foi fazer fisioterapia e terapia ocupacional no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), também um Goiânia/GO, assim como o hospital (HUGO), também um organismo público de atendimento. "Conheci o pessoal da oficina ortopédica, que queriam fazer uma prótese de mão para que eu aprendesse a usá-la no dia a dia", conta Santoro. "Expliquei que era piloto de helicóptero e sugeri fazer uma prótese adaptada para pilotar a aeronave. E eles toparam o desafio", lembra Santoro.
A novidade foi feita em conjunto: "Eu falava da minha necessidade e eles faziam as adaptações com o que eu pedia, até chegarmos ao quarto modelo de prótese para eu poder voltar a voar". O teste do primeiro modelo aconteceu apenas quatro meses após o acidente. "Oito meses depois do acidente eu já estava voando com a prótese definitiva em total segurança", afirma o comandante.
"A prótese nada mais é do que uma extensão do meu braço. Ela é ligada ao comando de voo chamado Cíclico, que é responsavel pela estabilidade direcional da aeronave - para frente, para trás, para os lados e parado, tudo controlado pelo braço direito com a prótese", explica Santoro. "Atualmente voo em Marabá, no Pará. Graças a Deus, nunca tive problemas com ninguém por causa da prótese, mas vejo que, às vezes, algumas pessoas se assustam quando vão voar pela primeira vez comigo, mas depois costumam elogiar bastante", afirma.
"Sempre tive na Fé a certeza que iria voltar a voar. Só pensava que se para tudo tem um jeito, para isso teria também. E tive a ajuda da família, principalmente, que sempre acreditou em mim", garante o comandante. "As pessoas que estão à nossa volta fazem muita diferença na hora de tomar qualquer decisão. Muitas delas chegaram, depois do acidente, falando para eu ir fazer faculdade, ir mexer com outra coisa. Eu sempre tive na cabeça que queria voltar a voar e que iria fazer de tudo para isso", assegura.
Como mensagem final, ele deixa um recado para quem está ao lado dos que passam por algo assim: "Nunca desanime ou tire uma ideia da cabeça dessa pessoa por mais estranha, diferente e louca que pareça. Mesmo que você saiba que vai dar errado, mesmo assim, tente junto, até ela mesma ver seu limite e mudar de ideia", recomenda o piloto. Para as pessoas numa situação similar a dele, aconselha: "Encare a recuperação como um compromisso e não fique parado. Lembre que tem gente que nasce sem e nunca teve a oportunidade de usar um membro". Ele continua com seu sonho: "Pretendo continuar voando na aviação executiva," finaliza.
Fonte: Revista Reação