Um estudo publicado nesta quarta-feira no jornal especializado Neuron oferece uma explicação para algumas pessoas desenvolverem o mal de Alzheimer e outras não. Segundo os cientistas, a diferença nas pessoas saudáveis é que elas mantêm a separação entre uma proteína e uma enzima que, quando combinadas, dão início à degeneração celular característica da doença.

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"É como separar fisicamente a pólvora do fósforo de tal maneira que a explosão é prevenida", diz Subhojit Roy, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. "Saber como a pólvora e o fósforo são separados pode nos dar novas pistas sobre a possibilidade de parar a doença."
Existem dois sinais do mal de Alzheimer no cérebro: aglomerados de placas da proteína beta-amiloide e "emaranhados" do lado de fora dos neurônios de outra proteína, chamada de tau. Para que os primeiros ocorram, é necessário que uma substância chamada de proteína precursora de amiloide (APP, na sigla em inglês) se combine a uma enzima. Esta "quebra" a APP em fragmentos tóxicos chamados de beta-secretase (também chamados de Bace).

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​"Ambas estas proteínas são altamente expressadas no cérebro", diz Roy. "Se elas são permitidas a se combinar continuamente, nós teremos o mal de Alzheimer."
Utpal Das, do laboratório de Roy, e seus colegas descobriram neste estudo que o hipocampo (uma região do cérebro) produz a proteína e a enzima continuamente - mas, para evitar que as duas se combinem, elas são separadas em "compartimentos" diferentes do órgão. "A natureza parece ter vindo com um truque interessante para separar os conspiradores", diz Roy.

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Eles descobriram também que o aumento da atividade elétrica neuronal, conhecida pior acelerar a produção de beta-amiloide, também leva a um acréscimo na convergência APP- beta-secretase.
Segundo Das, o estudo elucidou eventos moleculares iniciais que levam ao mal de Alzheimer. A descoberta poderia, no futuro, ajudar a tratar e até mesmo a prevenir a doença. "Um aspecto animador é que, talvez, possamos procurar por moléculas que mantém fisicamente separadas a APP e a Bace-1", diz Das.

Terra