Para qualquer família, enfrentar um diagnóstico de câncer é uma situação difícil. Quando a doença atinge uma criança, então, o abalo é ainda maior. E é nessas horas que os pais e parentes próximos precisam ser fortes para ajudar no tratamento. Foi o que aconteceu na família da pequena Maria Eduarda Tobaldini, de sete anos, diagnosticada com câncer aos três.
“Quando saiu o resultado, o médico me disse que 25% do tratamento dependia da força dos pais e da família. Se ficássemos chorando e lamentando, ela poderia se sentir culpada ao ver os pais sofrerem e se entregar para a doença", afirmou a técnica de enfermagem Cristiane Araújo Tobaldini, de 34 anos, mãe de Maria Eduarda, que aceitou contar a história da filha em razão do Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado nesta segunda-feira (8).
Cristiane contou que foi preciso levar uma “bronca” de uma amiga para encarar a situação de maneira diferente. “Eu estava no quarto da minha filha na Santa Casa de Piracicaba à meia luz, em um clima fúnebre, quando uma amiga que trabalhava no hospital me chamou e disse que eu não estava levando a minha filha para um velório. Eu estava levando ela para ser tratada e que era para eu mudar minha cara. Na hora fiquei com raiva, mas depois entendi que precisava ver a situação de outra forma.”Diagnóstico de câncer
A doença de Duda, como é carinhosamente chamada em casa, foi diagnosticada após uma sequência de febres. Durante 20 dias, ela passou por diversos exames que deram nenhum resultado. "Porém, uma alteração no fígado e no baço permitiu o diagnóstico da leucemia", relatou a mãe.
A doença de Duda, como é carinhosamente chamada em casa, foi diagnosticada após uma sequência de febres. Durante 20 dias, ela passou por diversos exames que deram nenhum resultado. "Porém, uma alteração no fígado e no baço permitiu o diagnóstico da leucemia", relatou a mãe.
Etapas do tratamento
A família optou por fazer o tratamento de Duda em Campinas, no Centro Infantil Boldrini, onde a criança e a mãe ficaram internadas. “Quando ela começou a fazer quimioterapia e passava mal, era muito difícil", disse Cristiane.
A família optou por fazer o tratamento de Duda em Campinas, no Centro Infantil Boldrini, onde a criança e a mãe ficaram internadas. “Quando ela começou a fazer quimioterapia e passava mal, era muito difícil", disse Cristiane.
O corte do cabelo também foi marcante. “Como estava caindo muitos fios, eu mostrei as outras criancinhas sem cabelo e perguntei se ela não queria raspar a cabeça. Até me ofereci a também cortar o cabelo, mas a Duda disse que não precisava. Foi muito maduro da parte dela", relatou.
Duda, segundo a mãe, não se abalou com o novo penteado. “Eu chorei muito escondida, mas ela reagiu super bem. Saía sem colocar chapéu ou qualquer coisa para esconder.” O tratamento com quimioterapia acabou em 2010, mas a garota será acompanhada até 2015 por médicos. A menina não se lembra dos detalhes desta época difícil, mas disse que hoje leva uma vida normal. “Eu vou para escola, brinco com outras crianças. Sou feliz”, disse Duda.