A ideia dos organizadores do evento 'Bolt Contra o Tempo' era levar alguns dos melhores velocistas do mundo ao Rio de Janeiro para disputar a prova de 150m rasos na Praia de Copacabana. A estrela principal sempre foi o jamaicano Usain Bolt. Mas o evento deste domingo também terá uma competição feminina e outra com atletas paralímpicos. Alan Fonteles, ouro nos 200m rasos na Paralimpíadas de Londres, representará o Brasil. Animado com a possibilidade de correr em casa, o brasileiro só lamenta a chance perdida de uma reedição do duelo da Inglaterra contra Oscar Pistorius. A disputa será transmitida ao vivo durante o Esporte Espetacular.
O sul-africano chegou a ser convidado para participar do evento "Bolt Contra o Tempo" e havia aceitado o convite. Mas a morte de sua namorada, Reeva Steenkamp, em fevereiro, causou uma reviravolta na vida de Pistorius, considerado único suspeito do crime. O atleta, que chegou a ficar preso, agora espera em liberdade o seu julgamento. Desde então, porém, está fora das pistas.
- Fica um pouco de decepção (de não competir contra Pistorius no Rio). Ele é um grande atleta. Dentro das pistas, não tem o que falar dele. Eu ainda nem estava sabendo da competição. Só quatro dias depois do que aconteceu com ele é que fiquei sabendo. Mas ainda bem que conseguiram trazer outro atleta para correr comigo. É muito bom participar de um evento desse.
O brasileiro, porém, prefere não comentar a vida de Pistorius fora das pistas. Alan Fonteles ressalta que nunca teve uma relação próxima com seu principal rival.
- Não tenho contato com ele. Meu contato com ele sempre foi dentro das pistas e nada além disso - afirmou.
Oscar Pistorius foi substiuído por outro nome de peso do esporte paralímpico, o americano Jerome Singleton, campeão mundial dos 100m em 2011. Ele e Alan Fonteles já se enfrentaram em quatro competições importantes. Em três delas, o brasileiro levou a melhor.
- Ele é um cara muito carismático. Sempre que a gente se encontra, se fala. Espero que ele se saia muito bem, mas vou dar o meu máximo para ganhar dentro do meu país.
Pistorius, ganhador de seis medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos e único atleta biamputado a competir em uma edição de Jogos Olímpicos, em Londres 2012, é acusado pela promotoria de ter premeditado a morte de Reeva, alvejada com três tiros na residência do atleta em fevereiro. O velocista afirma que foi um acidente e alega que confundiu a namorada com um ladrão escondido no banheiro, mas a acusação não acredita nesta versão e sustenta que eles brigaram pouco antes do crime, algo que a defesa questiona.
No fim de fevereiro Pistorius teve garantido o direito de responder ao caso em liberdade, porém, com uma série de restrições, dentre elas: estar disponível 24 horas por dia, não deixar o país, não possuir armas e não usar drogas ou consumir bebidas alcoólicas. O julgamento está marcado para começar no dia 4 de junho.
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